Consultora passa 1 ano sem fazer compras
Em 2 de abril de 20145 Respostas
A promessa
Por Jamile B. Cruz
Parece loucura, mas é verdade.
A certa altura da minha vida me vi perdida em meio a uma quantidade surreal de todos os tipos de objetos que alguém pode imaginar. Era tanta coisa junta que eu coloquei a mão na consciência e decidi que precisava fazer alguma coisa. Como na hora o que me veio na cabeça foi uma promessa, fiz.
No dia 17 de outubro de 2012 eu prometi que passaria 1 ano sem comprar NADA. Nem um alfinete!
Mas deixe-me explicar como tudo começou, pois não sofro de nenhum tipo de compulsão, não sou uma colecionadora obsessiva, e mesmo assim, num piscar de olhos, estava afundada num mar de objetos sem utilidade para mim. Pois é…
Ocorre que durante anos eu tive 2 casas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, até que percebi que não valia mais a pena manter a do Rio, e decidi fechá-la. E maior do que a tristeza de deixar para trás tudo de bom que a cidade maravilhosa tem a oferecer, foi o desafio de resolver o que fazer com a minha mudança. Corajosa, mandei tudo para a minha casa de São Paulo, afinal, eu tinha espaço, armários e muita disposição para encontrar um lugarzinho para os meus queridos objetos, todos escolhidos a dedo. Entretanto, nem bem o mini caminhão chegou no meu prédio, aqui na terra da garoa, e eu já comecei a entrar em pânico, pois percebi que eu tinha tudo em dobro. Eram 2 camas, 2 sofás, 2 mesas de jantar, 2 jogos de cadeira, 2 faqueiros, copos, copos e mais copos, lençóis ainda embrulhados em papel de seda, panelas de todos os tipos e tamanhos e uma quantidade de roupas, sapatos e acessórios inacreditável!
Entrei em pânico sem saber o que fazer, e uma sensação muito ruim tomou conta de mim. Quanto desperdício!! Quem no mundo precisava possuir
tantas coisas?
Sem demagogia, chorei 3 dias sem parar.
Foi então que decidi fazer a tal promessa: ficar 1 ano sem comprar nada.
Só que logo em seguida revi o processo da minha decisão, e percebi que havia uma pequena falha: algumas coisas são essenciais, e eu não poderia me abster de comprá-las. Resolvi então conversar com os céus e optei por uma versão objetiva e possível da promessa: durante os próximos doze meses compraria apenas itens de sobrevivência, livros e presentes.
E acreditem, 365 dias se passaram sem que eu comprasse nada.
Não posso dizer que foi fácil, pois sou vaidosa, adoro me vestir bem, sou superligada em moda e decoração. Confesso que na primeira semana quase travei os parafusos… Mas era só pensar na montoeira de coisas sem uso que eu tinha guardada, e em
todos os objetos queridos que eu acabei dando e doando, pois não tinha nem onde guardá-los e muito menos utilidade para eles, que eu me enchia de determinação. E aguentava. Um mês, dois, três… Até que eu comecei a ver que a minha promessa era realmente possível.
Mês a mês as contas do cartão de crédito que chegavam, apenas com os gastos de supermercado e farmácia, me mostravam que o consumo é uma questão de hábito, e que, sim, podemos nos acostumar a querer menos, comprar
menos, ter menos!
Quando o ano da promessa terminou, eu sabia claramente o que eu realmente precisava comprar, e o mais importante, aquilo que eu efetivamente queria.
E quer saber?
E ainda demorei umas 3 semanas para sair às compras, até que fui procurar e acabei comprando.
Hoje eu me sinto outra pessoa, e posso dizer que o meu “consumo” é consciente, é sustentável. Foi uma experiência sem igual, única!
E você, o que você acha de repensar o seu consumo?
Quer saber mais?
Conheça o livro que escrevi com a Pat Secco, o Guia Para Cuidar Bem do Planeta, onde apresentamos 50 dicas para deixar o mundo melhor.
É muito fácil descruzar os braços e começar, já, a melhorar, com ações, o único lugar que temos para viver. O planeta Terra.
Jamile, obrigada por compartilhar conosco sua experiência!
Olá,
Pois é, esta experiencia que valeu a pena!
O esforço foi marcante no início, e o desprendimento desabrochou ao longo dos meses…
O término também foi interessante, e permanece até hoje, pois minhas compras se tornaram bem conscientes…
Valeu!!
Muito interessante a sua experiência, Jamile.
Quem me dera eu conseguisse fazer o mesmo…
Tenho certeza de que não há necessidade de tanto consumo, e de que eu tenho muito mais do que realmente preciso.
Belo exemplo.
Parabéns!
Olá, tudo bem?
Gostaria de entrar em contato com a escritora Patricia Secco. Vocês podem me ajudar?
Atenciosamente,
Rafael Rodrigues
Caro Rafael, seu contato já foi encaminhado.
Um abraço